Por mais que saibamos aonde queremos chegar, desconhecemos, por completo, aonde a vida vai nos levar. Quantos planos, feitos à luz da lua, se perderam como folhas ao vento? Quantos mais se perderão? Não sabemos! Nos acompanha, diariamente, a certeza que tudo é tão incerto e duvidoso. O homem se afadiga sob a luz do sol como quem paga sua penitência, na desafiadora tarefa de ver tornar-se concreto seus sonhos abstratos e de construir seu destino. E que proveito tem de toda obra que faz debaixo do sol? Enfado e canseira! É o que diz o sábio: "tudo é vaidade e correr atrás do vento - Ec 2.17"? Quantos anos de nossas vidas foram gastos correndo atrás do vento? Caminheiro sem destino, não quer dizer que assim somos porque assim desejamos ser. Sem destino somos, porque mesmo que tantos bradem aos quatro cantos da terra, fazendo sua voz ecoar aos quatro ventos, se dizendo ser senhores de seus destinos, a vida teima em mostrar, a cada minuto, que tudo foge e escapa de nossas mãos. Que caminho seguir? O que é mais seguro pra mim? Não sei dizer! Mas quem disse que gosto de saber do final de um filme antes de assisti-lo? Então, só me resta viver cada cena desse filme com toda intensidade, como se fosse a última cena, como se o "The End" ou o "Fim" estivessem bem próximo. Quero curtir o caminho, as estradas. Quero sentir o calor, o suor correr pelo rosto. Quero sentir que estou vivo, mesmo que chegue a esta conclusão pela canseira das minhas canelas. Quero pedalar! Quero ver o que nunca vi. Quero saber que esperança é essa que brilha, tão viva, dentro dos olhos de quem ver seu rebanho definhar diante da seca e, mesmo assim, quando só lágrimas dos olhos poderiam sair, da boca emana um sorriso desconcertante de quem sabe ser um caminheiro sem destino e que o destino é Deus quem dá! É nas mãos dele que está o meu e o teu destino! A fé em Cristo que pulsa em meu peito o sabe muito bem! Que encontremos flores em nosso caminho, mas se pedras encontrarmos...Ah! Isso a gente tira de letra!
Caminheiro Sem Destino... O Destino é Deus quem dá! (Trecho da Letra da Música Orélia, escrita por Humberto Teixeira e imortalizada na voz de Luiz Gonzaga)
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