Reza a lenda e afirma a história que num passado remoto, quando pouco antes, nem dia nem noite existiam; quando as águas foram represadas e a porção seca, chamada terra, surgiu. Repito, reza a lenda e afirma a história que, encantado pela terra e por toda a riqueza que ela poderia lhe trazer, o homem se apossou do "torrão" que seus pés pisavam e, para não mais perdê-lo, o delimitou criando barreiras, cercas, trincheiras e com o passar dos tempos, limites, divisas e fronteiras. Milênios depois, hoje, Limites separam Cidades, Divisas separam Estados e Fronteiras separam Países, e todos eles, juntos, teimam em separar pessoas.
Mas o desejo revolucionário e a insatisfação sempre acharam campo fértil no coração dos inquietos. Estes, costumam não aceitar o que os limites, divisas e fronteiras lhes impõem; Não medem esforços para alcançar o que querem; menosprezam as distâncias e as empoeiradas cortinas do tempo que tentam nos separar uns dos outros. Agem assim porque aprenderam a superar o egoísmo de outrora. Por isso, não bradam mais como no passado: "esta terra é minha!" Entoam um hino novo com velhas, porém pouco usadas, palavras: "Esta Terra é NOSSA!"
Por saberem que aquilo que eles repartem também lhes será partilhado, é que sempre querem ver além dos muros que cercam suas cidades. Seus olhos buscam incessantemente o horizonte, porque é por trás dos montes que eles avistam as belas terras que, assim como as suas, também lhes pertecem.
Foi assim, com os olhos no horizonte e nos montes que por lá se estendiam, que cerca de 250 inquietos ciclistas saíram das terras que seus pés pisavam e, pouco se importando com os limites, divisas e fronteiras, se dirigiram à Juripiranga.
Quantas "fronteiras" cruzaram as mais de duas centenas de inquietos? Quantos anos haviam esperado por isso? No meu caso, a vida toda! Mas a espera era passado, o dia havia chegado e o convite dos primeiros donos daquela terra, Juripiranga, havia sido aceito.
Não mais reza a lenda! Nem precisa afirmar a história! Apenas nossa memória guarda e nos faz lembrar que, no domingo 19 de maio, nas primeiras horas, ciclistas, vindos de todos os lados, puseram abaixo todo e qualquer limite, divisa e fronteira que lhes negavam o direto de tocar o chão e respirar o ar de uma terra que também era sua.
Foi dessa forma, desconsiderando os marcos invisíveis erguidos pelo egoísmo humano que, montados em suas bicicletas, símbolos de liberdade, saíram pedalando por Juripiranga/PB, Ibiranga(Itambé)/PE, Camutanga/PE e Itabaiana/PB, reconquistando, por meio da força dos pedais e do deslizar das correntes por entre as catracas, cada légua e quilômetro de terra, mato, mata, lama e pedra.
Por mais de cinco horas exploraram os caminhos e trilhas pelos nativos escolhidos. E os pés? Não se cansaram de percorrer, de pedalar! E os olhos? Não se cansaram de ver, de enxergar, de admirar! Enquanto a mente não parava de armazenar cada imagem daquele lugar!
Ninguém, jamais, tirará de nós aquelas belas terras nem a amizade que naquele molhado chão brotou entre os forasteiros e os hospitaleiros! Pois, se antes era aquele pedaço de chão apenas fruto de um desejo, agora estava tatuado nas linhas do diário de bordo (memória) de nossas vidas. Tudo isso porque Juripiranga agora também é nossa! Somos cidadãos e filhos daquela terra, pois fomos batizados, pelos de lá, Equipe JuriBike, no pó, na água e na lama de suas estradas!
Por mais de cinco horas exploraram os caminhos e trilhas pelos nativos escolhidos. E os pés? Não se cansaram de percorrer, de pedalar! E os olhos? Não se cansaram de ver, de enxergar, de admirar! Enquanto a mente não parava de armazenar cada imagem daquele lugar!
Ninguém, jamais, tirará de nós aquelas belas terras nem a amizade que naquele molhado chão brotou entre os forasteiros e os hospitaleiros! Pois, se antes era aquele pedaço de chão apenas fruto de um desejo, agora estava tatuado nas linhas do diário de bordo (memória) de nossas vidas. Tudo isso porque Juripiranga agora também é nossa! Somos cidadãos e filhos daquela terra, pois fomos batizados, pelos de lá, Equipe JuriBike, no pó, na água e na lama de suas estradas!
Talvez alguns possam dizer: "Mas as cores (das bandeiras) ainda nos separam!". Eu digo: "Pode até ser que sim, mas sempre existe uma bandeira acima que a todos congrega, e nossa bandeira é o ciclismo!
Obrigado Equipe JuriBike, por fazer nossa, a terra que também é sua!!!
Obrigado a todos!
JuriBike!!! Doidôôôôôôôôôôô!!!
As fotos abaixo atestam que todos os limites, divisas e fronteiras foram derrubados!
BR 101 - Sábado, dia 18 de Maio - A caminho de Juripiranga |
BR 101 - Sentido - Recife |
Viaduto sobre a BR 101 em Goiana/PE - Nesse ponto me despedi da 101 e segui pela PE 075 rumo à Juripiranga/PB |
Antes de Itambé/PE - Macaxeira com ovo!!!! Precisava repor a energia perdida! Neste ponto, faltavam mais de 30 km para o meu destino! |
A tarde foi caindo e a noite chegando! |
Pedalei por quase 1 hora na completa escuridão. Tive apenas a companhia de alguns carros que iluminavam meu caminho e dos insetos que batiam no meu rosto! |
Pedro - João Pessoa |
Finalmente, Juripiranga! |
Esta igreja católica fica em Ibiranga (Itambé/PE). Uma rua separa Ibiranga de Juripiranga |
Igreja católica de Juripiranga |
As casas ao fundo estão em Pernambuco, eu, a menos de 20 metros, na Paraíba! |
Atrás do Trio Elétrico só não vai quem já morreu!!! |
Fiquem Com Deus!!!
Até a Próxima Pedalada